Reviews When Better Isn’t Quiet Enough

L’idea non è nuova perché lil procedimento é identico a quello del disco precedente, “Do Androids Dream of Electric Guitars”, ma à pur sempre una buona idea, nel primo disco ill chitarrista e compositore Vítor Rua esegue le sue canzoni de solo alle chitarre, nel secondo suona gli stessi pezzi con un gruppo al completo formato de Hernâni Faustino (basso), Luis San Payo (batteria), Manuel Guimarães (organo), Nuno Reis (tromba) e Paulo Galão (clarinetto). La tecnica solistica del leader è anch’essa non originalissima ma afficace. suona una prima volta e si registra, poi suona di nuovo sulla prima improvvisazione facendo un overdub, quindi ripete altre due volte lo stresso procedimento per accumulo fino a un totale di quatro chitarre sovrapposte che come risultante dovrebbero dare altrettante espressioni di una stressa persona che medita sulla propria musica. Quella che sentiamo, piú prosaicamente, è uns mostruosa chitarra che si pone a metà tra Derek Bailey e Django Reinhardt e svisa e sguísa elegantissima disegnando molto personali paradigmi jazz dentro ai quali s’includono sincopi quasi rock, movenze de notturni R&B, genial glochini gigioni, fraseggi che occhieggiano ill pop e pure un assolo da far arrossire i metallari; quindi, nel secondo disco, le stress musiche rivoltate come un guanto perché alle sovrapposizioni del primo CD si sostituiscono gli altri strumenti, di modo che tutto torna nell’aiveo se non della normalitá, certo di un jazz piacevolissimo quanto già sentido, diciarmo cool con un pó di peperoncino nel retro. Stefano I. Bianchi    Blow Up Magazine 

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Segunda parte de um tríptico iniciado com Do Androids Dream of Electric Guitars?, álbum de 2017 carimbado pela Clean Feed, o novíssimo When Better Isn’t Quite Good Enough de Vítor Rua & The Metaphysical Angels tem chancela da ReR Megacorp de Chris Cutler e mantém o conceito base a que o veterano músico e compositor se propôs: um conjunto de exercícios do que ele descreve como “composições sobre improvisos meta-idiomáticos” que são apresentados como peças de guitarra solo num primeiro CD e leituras de ensemble no segundo CD.

O ponto de partida de Rua é o pensamento de Derek Bailey exposto no livro Improvisation em que o malogrado guitarrista inglês classificava a sua abordagem à improvisação como “não-idiomática”. Pelo contrário, Rua, um “linguista” de horizontes generosos que explorou diversos “idiomas”, do rock ao minimalismo, do free jazz à electrónica experimental, tendo assinado obras de diferentes fôlegos, da canção pop à ópera, e com estruturas performativas diversas, do solo absoluto à escala orquestral, propõe aqui um conjunto de composições instantâneas, ou improvisos, dentro dos limites formais de diferentes linguagens.

O resultado aqui alcançado é extremamente expressivo: a solo, Rua é um executante vigoroso, dotado de um conjunto de argumentos técnicos em que consegue sustentar as suas idiossincráticas noções de improviso e composição, nunca descurando até um certo humor implícito nas peças, na forma como trabalha os limites auto-impostos de construir derivas. Uma espécie de Pollock, não de tela estendida no chão com salpicos a extravasarem os limites do suporte da peça, alastrando-se para o chão, mas capaz de se expressar em aprumada verticalidade emoldurada, com as explosões cromáticas a acontecerem dentro de margens muito bem definidas.

Mais entusiasmantes ainda são as suas leituras em ensemble: rodeado por músicos sólidos e rodados da cena nacional, como Hernâni Faustino (baixo), Luís San Payo (bateria), Manuel Guimarães (orgão), Nuno Reis (trompete) e Paulo Galão (clarinetes), Rua consegue que as suas esquálidas composições soem como música para uma graphic novel de detectives que oscilam entre diferentes dimensões espácio-temporais. Há ângulos rectos e elipses, estruturas fluídas e construções harmónicas improváveis que mantêm a música sempre perigosamente à beira do abismo. E a vertigem, já se sabe, é das melhores coisas na música…  Rui Miguel Abreu