Portuguese composer Vítor Rua presents new pieces in solo and ensemble versions. On the first disc he overdubs multiple electric and classical guitars, while on the second he adds master bassist Hernâni Faustino, drummer Luís San Payo, pianist Manuel Guimarães, trumpeter Nuno Reis and clarinetist Paulo Galão. The solo “Roulotte” features at least three classical guitars, their stately fractal dance rudely interrupted by electric scree. “Flamenco is Dead” lobs hand grenades of Arto Lindsay-style scrunch and scrape at the tradition, while “Deleuze Versus Tarzan” allows for a cheerful Charlie Haden quote. The group versions open the pieces out, the peeping horns, rolling percussion and probing bass complementing Rua’s jagged constructions. Stewart Smith, The Wire Magazine
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Explorar novas soluções, sempre. Tem sido esse o princípio norteador da actividade de Vítor Rua, seja quando co-fundou os GNR na alvorada dos anos 1980, ou a partir de 1982, ao lado de Jorge Lima Barreto, nos Telectu, quando a dupla se transformou, ao longo de três décadas, numa referência da música mais experimental. Além dessas e de outras formações tem uma actividade prolífica, entre projectos a solo, música para outras áreas, abordando as mais diversas tipologias com novas soluções interpretativas ou composicionais.Agora aí está um álbum duplo onde o seu instrumento de predilecção — a guitarra — está no centro. Em alguns temas estamos em territórios jazzísticos, mas noutros essa âncora perde-se sem prejuízo para o ouvinte, em peças instrumentais sem qualquer configuração mais reconhecível, em abordagens onde a sua guitarra tanto pode alimentar um tipo de electricidade pouco melódica, como sustentar um dedilhar acústico, onde tempo e espaço fluem.
No primeiro CD toca todas as guitarras com virtuosidade. No segundo CD temos as mesmas composições, mas ao lado de Hernâni Faustino (baixo), Nuno Reis (trompete), Luís San Payo (bateria), Manuel Guimarães (piano) e Paulo Galão (clarinetes), com a filiação no jazz mais inclassificável a ser mais evidente, mas com a intervenção de cada instrumento a revelar-se, a cada esquina, uma surpresa.Não existe uma estrutura repetida, há instrumentos a entrar e a sair, com a guitarra presente, em gestos de aparente improviso mas de sentido elegante, guiando-nos no meio de um caos que acaba por ser aparente, numa música inquieta, sem aditivos, em movimento, procurando em permanência um equilíbrio que acaba por nunca chegar, numa estimulante e exigente obra de visões complementares. Vítor Belanciano
https://www.publico.pt/2017/09/10/culturaipsilon/noticia/as-visoes-da-guitarra-de-vitor-rua-1784681
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Sobre ele pairam (ainda) sombras de Fripp, Frith e Bailey; mas, apesar da qualidade destas, há uma nova luz que desponta nas profundezas do universo de Rua. Momento de definição da plena maturidade estética, conceptual e interpretativa de um músico, “Do Androids Dream Of Electric Guitars/Bands?” fazia falta num país onde -à excepção de Pernadas, Devlin e alguns mais- ‘complexidade’ (estrutural) ainda é vista como antónimo de ‘simplicidade’ (de expressão). Ricardo Saló
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O músico português Vítor Rua foi um dos fundadores, em 1981, do popular grupo de rock luso GNR, do qual saiu no ano seguinte, para enveredar por uma carreira aventurosa, criando música menos palatável. Com público certo e sabido, afinal é disto que tira o sustento há anos. 30 deles tocando com o pianista Jorge Lima Barreto, com quem formou o duo Telectu. Como artista solo, Vítor Rua desenvolve suas lucubrações com músicos, portugueses e de outros países. è uma espécie de John Zorn da guitarra. Música concreta, free jazz, electrónica, punk, thrash, minimalista, e muito mais, estão no seu cardápio sonoro. Rua explora os infinitos caminhos da guitarra no recém-lançado Do Androids Dream Of Electric Guitars? (pelo selo Clean Feed).
Creditado a Vítor Rua & The Metaphysical Angels, o álbum é duplo. O primeiro disco tem apenas Vítor Rua e guitarra, em dez temas instrumentais, que são repetidos, no CD 2. com a banda, formada por nomes de variados nichos da música portuguesa. Do Androids Dream Of Electric Guitars? Serve como uma espécie de aula de musica de vanguarda. Cada faixa é um capítulo, ou uma lição. Em #3 Roulotte, Vítor Rua incursiona pela improvisação livre, o free, surgido no final da década de 50, procurando outros idiomas para o jazz. No entanto, embora livre de amarras, ainda assim é jazz. Improvisa-se livremente mas se segue a regra de retomar um tema. Isto não acontece com #4 Flamenco is Dead que é a improvisação total, construída com sons. Rua recorre ao livro Improvisation, do igualmente guitarrista Derek Bailey (inglês, falecido em 2005), que chamava esta música de não-idiomática. Mas aponta Rua, mesmo um não-idioma acaba tornando-se um novo idioma. Ele toca neste álbum um estilo que batizou de Improvisação Meta-Idiomática. Os andróides para Vítor Rua sonham com guitarras eléctricas, nos mais diversos idiomas musicais, serialismo, música concreta, free jazz, rock, jazz, enfim, uma Torre de Babel em que o fio condutor amarrando todas as linguagens é a improvisação. Obviamente, Do Androids Dream of Electric Guitars? não é um disco fácil, mas a consciência da música de Rua vence resistências de condicionamentos ao convencional. Valendo-se de um conceito paradoxalmente convencional. O primeiro disco tem os temas tratados como música de câmara, o segundo os temas recebe tratamento orquestral (com guitarras, sax, teclados, etc). São dois lados de uma mesma moeda, visões complementares. Um belo trabalho de um musico desconhecido no Brasil, como aliás, a grande maioria da música que se faz em Portugal.
José Teles
http://jc.ne10.uol.com.br/blogs/toques/2017/08/13/vitor-rua-tocando-trilha-onirica-dos-androides/
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Creio já não ser necessário alongar-me muito na apresentação de Vítor Rua, fundador dos GNR e depois dos Telectu, com uma actividade musical variada que vai da composição contemporânea ao rock. Desde a separação do duo Telectu que Rua tem tocado e composto em inúmeros formatos, numa profusão de edições difíceis de seguir, disponíveis não só nas plataformas “online” como em formatos físicos. Toda esta produção é trabalhosa de catalogar e muito irregular em termos estilísticos e formais, compreendendo a “canção de intervenção pimba”, a escrita para orquestra e o solo.
Assim, é preciso criar um espaço, um silêncio, para introduzir este novo trabalho lançado pela Clean Feed. Não é mais um dos muitos que Rua tem editado; será, provavelmente, o seu disco mais importante até hoje (mesmo contanto com “Vydia, “Pós-GNR”, etc.). O nome da editora ajuda-nos desde logo a criar uma âncora com o jazz e, de facto, é esse o enquadramento de “Do Androids Dream of Electric Guitars?”, um álbum duplo que mostra duas abordagens ao mesmo tema: uma só em guitarras e a outra em grupo (guitarra, contrabaixo, bateria, piano, trompete e clarinete).
É um duplo especial, pois raras vezes sentimos, ao ouvir uma gravação, que ela dá um passo em frente, que acrescenta uma ideia nova. Quero com isto dizer que este álbum propõe uma abordagem ao jazz que ainda não tinha sido feita, abrindo uma nova gaveta. Discos destes não aparecem todos os anos e se uso a palavra “jazz” faço-o consciente de que, se esta é a matriz fundamental desta música, como de tantos outros trabalhos de Rua, também podia ser classificada no rock ou na música contemporânea para guitarra, sem grandes inquietações.
“Do Androids Dream of Electric Guitars?” apresenta uma música vertical dentro de um processo inevitavelmente horizontal que é o da natureza própria da música (sons no tempo). São duas e diferentes as abordagens a esta ideia. O primeiro disco é apenas de guitarras e permite-nos perceber com mais clareza a ideia da “música vertical”: uma guitarra acústica, duas eléctricas e uma baixo alinham as notas verticalmente, ou seja, cumprem com uma pauta rítmica e melódica, ainda que com grande liberdade. Imagine-se uma linha de tempo por onde vão passando indicações para os músicos tocarem e que eles respeitam essa indicação com uma vontade de alinharem verticalmente, de somarem sons uníssonos, sem nunca o fazerem totalmente. Uma espécie de “harmolodics plus”.
No primeiro CD, todas as guitarras foram tocadas por Rua, usando “overdubbing”. Os temas têm uma sinceridade quase ameninada, que lhe reconhecemos desde “Portugal na CEE” e que vem até às suas composições para orquestra: melodias que não têm medo de soar bonitas e simples, com “moldura”, como diria o guitarrista. O segundo CD mostra-nos o modo como estes mesmos temas soam ao serem tocados por um grupo. Gravado em sexteto com os Metaphysical Angels – Hernâni Faustino, Luís San Payo, Manuel Guimarães, Nuno Reis e Paulo Galão (e, claro, Rua na(s) guitarra(s) tocada e pré-gravada) –, mantém a beleza do conceito, sendo difícil decidir qual é a abordagem mais cativante. Se no primeiro disco o processo é mais evidente e as ideias aparecem mais claras, no segundo as diferentes texturas sonoras e o maior balanço da música, menos “dura” e mais swingante do que no primeiro CD, criam outros interesses.
Lançado publicamente no dia 31 de Outubro, no Sabotage do Cais do Sodré, em Lisboa (um bar que associamos ao rock e não ao jazz, o que calculo que tenha sido um “statement” deliberado), esta é certamente uma das obras que ouvi com mais prazer este ano e que entra directamente para o topo da lista dos melhores (e mais importantes) de 2017, pois faz avançar a música. Gonçalo Falcão, Jazz.pt
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Já faz mais de quatro décadas que Vítor Rua executa seus trabalhos através da via experimental. Quer seja através das músicas derivadas do rock, da música minimalista, do jazz, ou da música contemporânea.
Essas guitarras que se revelam em ” DO ANDROIDS DREAM OF ELECTRIC GUITARS?”, NOS VOLTAR NA MEMÓRIA AOS TEMPOS DE GNR (Rui reininho, Miguel megre, Alessandre Soares, anatoli, e ele mesmo) no que vitor rua enfrentava sua faceta Compositiva com uma peça que
Ocupava o lado b do disco “Independança”. a peça em questão tinha por título compromissosoferecidos, 27 minutos de música hipnótica e poesia sonora. A partir deste trabalho, Vitor dava a entender que sua visão criativa precisava se expandir para dar rédea às suas preocupações vanguardistas. Uma forma diferente de compor e entender a música que, em sua união com Jorge Lima Barreto, quebrou dúvidas e se
Materializou no primeiro disco do dueto com o título ctu telectu. Da Reinvindicación dos pos-GNR, ao desafio acid rock de perve. Da música minimal repetitiva de belzebu ou off-Off ao rock art de evilmetal. É talvez, neste último, do que toma as suas orientações o disco que nos ocupa, embora a via mais criativa de rua, em solo, a encontramos nos discos compartilhados com Jorge Lima Barreto. Assim, no seu disco “sozinhos” (Baucau, 2000), rua toca uma guitarra híbrida de 18 cordas (8 de nylon e 12 de metal) com de dois equalização independentes, o que lhe permite criar toda Uma série de gamas e dinâmicas sem mudar de instrumento.
A peça que desenvolve rua tem por título “Gnoseofonia”, dividida em 10 partes num total de 71 minutos de variações tonais dominadas pela composição / Improvisação. Para ” do androids dream…”, rua decidiu fazer duas versões diferentes de cada uma das peças que compõem cada um dos dois discos. Assim, no CD 1 Ouvimos Vitor rua interpretar dois tipos de guitarras, ipods e efeitos, em solo. Apesar dos poucos instrumentos utilizados, o trabalho de masterização no estúdio de gravação por Antonio Duarte dão às peças uma sensação de grande orquestra, ou pelo menos uma lucidez das possibilidades próprias da música orquestra. Talvez esta sensação seja mais perceptível na relevância dos músicos no CD 2, legendado ” do androids dream of electric guitars?”, em que rua se acompanha de músicos da velha e nova escola. Entre eles, seu fiel amigo Luis San Payo (bateria), que foi ligado nos anos ‘ 80-‘ 90 a pop dell arte.
Também estão músicos jovens como Hernâni Faustino (contrabaixo), Manuel Guimarães (piano) que precedem e sobrepostos a uma secção de ventos que não deixa dúvidas neste dedicado trabalho, com a contribuição de Nuno Reis (trompete), e Paulo Galâo ( Clarinetes). Suas peças oferecem-nos notáveis entradas instrumentais com inclinações que vão para o rock, mas que não desvirtuam outras áreas como o jazz, a música contemporânea, as músicas de fusão, ou a free music, entre outras.
O que em uma primeira escuta nos parece uma mistura musical de estilo vai se reverberando e acentuando nas audições posteriores, até ter a certeza de que estamos perante um elaboradísimo trabalho que reflete o bom gosto de rua e amigos por dedicar temas à sala roulotte De Nova York, a percussão no Flamengo, o freak de Frank Zappa, passando pelas conotações da música clássica, reivindicações à obra de Georges Deleuze Versus Tarzan de burroughs, a descendência das estrelas de Marcel Duchamp como designer de objetos Úteis levados para a instalação do intangível…
Vitor rua fez um disco que reflete o seu mundo de sonhos, onde os pesadelos e as gotas de bom humor impregnam situações, às vezes um tanto arbitrárias que, a bom seguro, não farão empalidecer pessoas que só têm uma aproximação afectivo ao seu Peça musical, mas que, no entanto, se demandem em outros seguidores de suas andanças ao longo do tempo e se dan que, apesar de tudo, a música composta por rua continua a a nossos medos. Agora, é só uma questão de esperar que rua dê forma às estratégias que o ajudarão a encaminhar os seus próximos discos. Criativos. Rogelio Pereira Conde “Oro Molido”
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Rua absolutamente virtuoso no seu instrumento de eleição: a guitarra. Puxando de novo para a frente a conexão com o universo de Philip K. Dick, Vítor Rua apresenta 11 faixas de livre uso da guitarra (ou guitarras), desde fraseados mais próximos do jazz a peças decididamente livres e desformatadas, desde electricidade em excesso a dedilhar acústico mais espaçado. “Subliminal Signs Of Humor” relembra um certo jeito que já associávamos aos Telectu (“Rosa Cruz”, talvez). No CD1, Rua toca todas as guitarras, no CD2 ouvimos as mesmas composições interpretadas por ele, sim, mas acompanhado por Hernâni Faustino (baixo), Luís San Payo (bateria), Manuel Guimarães (piano), Nuno Reis (trompete) e Paulo Galão (clarinetes), vincando bem a filiação numa escola aberta de jazz cuja tradução musical, aqui, pressupõe uma constante queda livre, isto é, surpresa e boa insegurança em relaçoa à intervenção de cada instrumento. Nunca sabemos realmente quando nem como entram e, do nosso ponto de vista de ouvintes, é uma proposta excitante abordar assim um disco. Nada é supérfluo, tudo navega confortavelmente no caos. Flur http://www.flur.pt/2017/08/04/vitor-rua-the-metaphysical-angels-do-androids-dream-of-electric-guitars/
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A genuinely original guitarist and composer, Vitor is still curiously little celebrated outside his native Portugal. Hopefully this record will change that. It’s a remarkable release for a number of reasons – firstly, CD1, really does have something new to say about the solo guitar, though it hardly sounds sometimes as if that’s what you’re hearing. The sonic and stylistic range is broad, and Vitor draws in bold, rapid strokes, indicating that he has no temper to be mean with his ideas. Or to make glossy music; his roots are in the roots of rock but he casually re-centres or shifts between languages; you can try to follow or just let it work as it will. CD2, fascinatingly, features the (exact) same music again, only this time orchestrated with additional bass, drums, piano, clarinets and trumpet; it’s interesting technically, it’s interesting structurally and it’s interesting musically – it’s also an invaluable teaching aid. And it plays merry hell with sequential time, intentionality and semantic function. A fascinating project and richly rewarding. RER
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Vítor Rua jest jedną z czołowych postaci portugalskiej sceny muzycznej, a jego dokonania obejmują mnóstwo idiomów i stylistyk, od rocka (był założycielem bardzo popularnego zespołu GNR), po minimalizm, muzykę konkretną, elektroniczną, mimetyczny jazz, folk, punk, thrash metal, country music oraz do swobodnej improwizacji (Telectu to wszak jego duet z pianistą i muzykologiem Jorge Limą Barreto, czasami współpracujący z słynnymi muzykami awangardowego jazzu – Sunnym Murray’em, Gerrym Hemingway’em, Hanem Benninkiem, Paulem Lyttonem, Barrym Altschulem, Gunterem Sommerem, Chrisem Cutlerem, Eddie Prevóstem, Louisem Sclavisem, Jaciem Berrocal, Carlosem “Zíngaro” czy Elliottem Sharpem ). Od 1987 roku Rua koncentruje się jednak na klasycznej kompozycji współczesnej, zarówno w formie solowej, kameralnej, jak i orkiestrowej w której wszakże wcale niemałą rolę odgrywać może improwizacja. Na tym polu współpracował m.in. z Johnem Tilbury, Giancarlo Schiaffinim, Danielem Kientzy, Peterem Rundelem czy Christianem Brancusim. Interesuje go także tradycja operowa (w dorobku kompozytorskim ma ich już pięć) ale – ponoć – o zdecydowanie groteskowym charakterze.
Wszystkie te pochłaniające go projekty wcale jednak nie sprawiły, iż odstawił on na bok swój instrument czyli gitarę. Ograniczyły jednak zdecydowanie jego możliwości czasowe i z tego powodu nie udało mu się stworzyć jego gitarowego zespołu marzeń, na który to przeznaczył pisał swoje najnowsze kompozycje. Jednak współczesna technika potrafi czynić cuda i tak przy użyciu overdubów, i możliwości studia nagraniowego postanowił zarejestrować je sam. Nakładał więc na siebie brzmienia kolejnych gitar, dopieszczał poszczególne frazy, aż stworzył czysto gitarowy album w jego odczuciu doskonały. Jak jednak sam przyznaje, dla niego, jako autora i wykonawcy całości materiału, brakowało mu na tej płycie zaskoczenia (chociaż akurat moje zdanie jako słuchacza jest inne) i postanowił płytę zarejestrować ponownie. By jednak nie mierzyć się ze sobą, tym razem zaprosił muzyków i improwizatorów grających na zupełnie różnych instrumentach dla siebie rezerwując jedyną w składzie gitarę.
Kompozycje jednak zachował, zachował także kolejność i w końcu postanowił wydać całość – na pierwszej płycie pierwotny, solowy, gitarowy materiał; na drugim krążku efekt pracy z zespołem. I ten podwójny album mnie bardzo zaskakuje. Można słuchać go bowiem na wiele sposób odnajdując różnice w podejściu i wyodrębniając fragmenty improwizowane, można porównywać całe płyty, można zestawiać partie solowe. Po kilku przesłuchaniach nie potrafię orzec która z tych płyt bardziej mi się podoba – drapieżno-melancholijne solowe wibracje czy też zbliżone do kameralistyki konsortowe granie. Obie płyty są bowiem znakomite, chociaż osobiście nie wiem czy zwrócił bym na nie uwagę gdyby nie to odkrywcze potraktowanie obu nagrań jak organicznej całości. Józef Paprocki https://multikultiproject.blogspot.pt/2017/11/vitor-rua-and-metaphysical-angels-do.html